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Pesquisa nacional detalha números sobre o setor. Foco do estudo é oferecer apoio aos empresários do ramo e auxiliar no processo de tomada de decisões
A mobilidade urbana é um direito fundamental do cidadão e um fator importante para o funcionamento das cidades. Em meio aos desafios do setor, o Seminário Nacional NTU 2023 debateu sobre o futuro do transporte público brasileiro e procurar melhorias. Com o tema geral “Um Novo Marco para o Transporte Público Urbano de Passageiros”, o evento trouxe especialistas do mercado e uma gama variada de informações para o crescimento da área.
Um dos painéis do Seminário foi para a apresentação da pesquisa “Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário Urbano de Passageiros”, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com a NTU. Apresentado pelo diretor executivo da CNT, Bruno Batista, foi compartilhada uma série de dados e informações precisas para nortear os empresários do setor e oferecer apoio personalizado para auxiliar no processo de tomada de decisões.
Os principais tópicos abordados no levantamento são a caracterização geral do meio, frota, operacional, mão de obra, financeiro, gestão ambiental, gestão de riscos, política tarifária, formas de pagamento e a opinião dos empresários. Um dos destaques é a quantidade de viagens por ônibus urbano, que representam cerca de 93% dos passageiros transportados no país.
Outro número importante é que 84,5% das empresas em atuação têm mais de 20 anos no mercado, enquanto apenas 0,6% tem até 5 anos, dado que expõe a pouca renovação no setor. Do total de participantes, 28,7% não fazem uso de sistema de informação ao usuário para informar sobre horários, itinerário, tempo de espera, mudança de rota, entre outros.
O diretor executivo da CNT também apresentou dados preocupantes sobre a quantidade de vagas desocupadas de motoristas. Ao todo, 35,2% das empresas possuem entre 5 e 10 oportunidades disponíveis para o cargo e 9,1% têm mais de 20, enquanto apenas 23,9% estão com menos de 5 vagas.
“Esse é um problema sério. As empresas precisam se atentar a isso, mobilizar, trabalhar junto das estruturas de formação, atrair novos motoristas, facilitar a formação, migrar cobradores. Algo tem que ser feito. Em pouco tempo vai faltar motoristas e, sem eles, é um risco operacional grande para as empresas”, enfatizou Batista durante o painel.
Ainda assim, a atividade apontada por ter a maior carência de profissionais é a de mecânicos e manutenção, com 63,2%, mais do que motoristas (53,4%) e gerentes operacionais (8,0%). Quanto às ações ambientais implementadas, as principais são o monitoramento do uso de combustíveis (74,7%), de geração de resíduos (74,1%), do uso de água (60,9%) e de emissões atmosféricas (59,8%).
Entre os riscos apresentados, os principais são assaltos (59,2%) e depredações (40,2%), além de incêndios (20,1%). Outras dificuldades retratadas na pesquisa e criticadas pelos entrevistados foram o preço do diesel (74,1%), dificuldade de reajustar o valor das tarifas (56,9%), inexistência de subsídio tarifário (49,4%), custos com a manutenção do veículo (39,1% e carga tributária (29,3%).
Ainda assim, o diretor executivo enxerga os pontos como a possibilidade de se tornarem algo positivo. “Gosto de olhar esse gráfico como um gráfico de riscos. Se a gente pegar os cinco primeiros apontados, quatro deles são riscos externos. O que isso significa? Significa que é preciso ter uma mobilização, uma ação de atuação das empresas junto ao poder público para que esses principais problemas possam ser equacionados, reduzidos ou solucionados”, disse Batista.
De maneira geral, o resultado da pesquisa definiu que o setor de transportes públicos se destaca pelos grandes desafios enfrentados; a alta exposição a riscos externos, não intrínsecos à operação, dificuldade para contratação de mão de obra; necessidade de incremento da tecnologia de informação ao usuário; e o preço do diesel. Os demais resultados do estudo podem ser encontrados no site da CNT.
Com informações Assessoria NTU.
Publicado por: Marcelo Valladão
15 de agosto de 2023
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