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Desde o início deste mês, a nova proporção de biodiesel na mistura com o óleo diesel está em vigor. O percentual obrigatório de adição do biocombustível aumentará de 12% para 14%. Essa decisão foi deliberada em dezembro de 2023 pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
Apesar do biodiesel ser tradicionalmente mais caro que o diesel, o que normalmente resultaria em um aumento nos preços, desta vez a expectativa é de que o impacto nas bombas seja mínimo. A Argus, uma empresa especializada na análise de preços para o mercado de combustíveis, prevê isso.
De acordo com a Argus, a significativa queda nos preços do biodiesel no último ano, em decorrência da safra recorde de soja em 2023, amenizará o impacto do aumento na mistura obrigatória do biocombustível.
Nas principais regiões monitoradas pela Argus, os preços pagos pelas distribuidoras às usinas deverão subir em torno de R$ 0,01 a R$ 0,02 por litro. Se o aumento da mistura tivesse ocorrido no final de 2023, quando o biodiesel estava em média 30% mais caro, o impacto no Sudeste teria sido duas vezes maior do que o atual. Essa região lidera o consumo do biocombustível.
De 24 de fevereiro de 2023 a 23 de fevereiro de 2024, o preço do biodiesel no Sudeste, apurado pela Argus, caiu 22,4%, atingindo R$ 4,06 por litro. No mesmo período, o preço do diesel S10 oferecido pela Petrobras na refinaria de Paulínia também diminuiu, mas em uma proporção menor, com queda de 16%, chegando a R$ 3,53 por litro.
Segundo a decisão do CNPE, a mistura terá outro aumento em 2025, quando subirá para 15%. Além disso, está em tramitação na Câmara o projeto de lei 4.516 de 2023, conhecido como “Combustível do Futuro”, que estabelece, entre outros pontos, o aumento do teor de biodiesel para 20% até 2030, podendo chegar a 25% posteriormente.
O aumento na mistura é uma demanda do agronegócio, que defendia uma mistura de 15% já em 2023. A indústria de biodiesel, que estava operando com altas taxas de ociosidade até o início de 2023, argumenta que essa medida é uma forma de reduzir as emissões de carbono.
Com o mandato de 14%, espera-se que a produção e as vendas de biodiesel aumentem, pois as distribuidoras são obrigadas a comprar o biocombustível para misturá-lo ao diesel de origem fóssil adquirido nas refinarias. O chamado diesel B, vendido nos postos, é o resultado dessa mistura.
Publicado por: Marcelo Valladão
5 de março de 2024
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