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A FETPESP, entidade responsável pelos serviços de Transporte no setor Rodoviário de Passageiros no Estado de São Paulo abordará, nessa oportunidade, um tema atual, relevante e alternativo para o setor, que envolve a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), provenientes da queima de combustíveis de origem fóssil nos veículos em circulação.
Uma das alternativas para alcançar esse objetivo é o uso de BIOMETANO, que é um biocombustível gasoso purificado que provém do processo de diferentes biomassas, a partir da decomposição anaeróbica, como água residuais, estrume de produção animal, resíduos orgânicos industriais ou culturas energéticas.
A primeira etapa de produção do BIOMETANO começa pelo processo de obtenção do biogás a partir da decomposição biológica de resíduos orgânicos. Deste modo obtêm-se, fundamentalmente os resíduos orgânicos das matérias-primas, processo pelo qual as bactérias agem nos materiais disponíveis. Os produtos finais, liberam, majoritariamente, metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), além de gás sulfídrico (H2S) e amônia (NH4) em menores proporções.
Após esse processo, o biogás passa por procedimentos de purificação, de forma a eliminar compostos secundários, como o (CO2) e o (H2S), além da porção residual de água (H2O) presente, o que resulta em um gás com elevado teor de (CH4) e que reúne características semelhantes ao gás natural veicular (GNV) – combustível de origem 100% fóssil extraído das jazidas de petróleo , também utilizadas como combustível de veículos pesados.
As matérias-primas para a produção do biometano são ricas em material orgânico, sendo seus principais insumos utilizados por resíduos sólidos urbanos (RSU), e como já mencionado, resíduos animais e agrícolas em larga escala.
O maior resíduo agrícola na produção é a vinhaça, principal subproduto da indústria sucroalcooleira, na qual o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores do segmento.
No Brasil, a tecnologia veicular permite a utilização do biometano como combustível, tanto no setor de passageiros como no de cargas, sendo essa tecnologia aprovada nos testes de desempenho, nos critérios de durabilidade, potência e eficiência. Encontram-se disponíveis no mercado brasileiro ônibus e caminhões já utilizando biogás, como a montadora Scania, uma das pioneiras na difusão desse tipo de tecnologia no país.
O setor urbano de passageiros conta com ônibus movido a 100% de biometano, trata-se do modelo K280 6X2 da montadora Scania, cujo projeto inicial foi lançado em 2016, rodando em Sorocaba em fase de testes. Ele tem 15 metros de comprimento e capacidade para 130 passageiros. Em uma parceria com a Usina Itaipu Binacional, o modelo circulou em testes na linha Itaipu binacional – Parque nacional do Iguaçu (PNI), em 2020, na cidade de Foz do Iguaçu, onde os veículos foram abastecidos com biometano produzido a partir da biodigestão de 18 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Publicado por: João Carlos Sanches
28 de fevereiro de 2024
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