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Viver em grandes centros urbanos que, muitas vezes, ultrapassam os limites das cidades, formando áreas comuns e de grande circulação de pessoas e veículos, as quais passamos a denominar de grandes regiões metropolitanas, apresenta aos gestores públicos, empresários e operadores do setor de transporte, o desafio de buscar a integração, eficiência, sustentabilidade e o desenvolvimento de todo o sistema.
O conceito da Autoridade Metropolitana vem sendo debatido há muitos anos, e há um consenso de que, quanto mais sintonizados e integrados forem os modais, as formas de gestão, infraestrutura, entre outros fatores determinantes para uma boa operação do transporte, mais se diminuirá custos, tempo de deslocamento, entre outros fatores, possibilitando uma melhor eficiência e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para todos.
Sobre alguns desses pontos, conversamos com Sérgio Avelleda, que já presidiu a CPTM e o Metrô, e hoje é um consultor experiente no setor de transporte público, tendo sido convidado a coordenar o Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), lançado em setembro, em parceria com o grupo CCR, uma das principais empresas de infraestrutura do Brasil. A entrevista foi realizada em conjunto pela Revista Sou + Ônibus e a Rádio Ônibus.
E a questão a Autoridade Metropolitana, como essa ideia se encaixa na questão da mobilidade, quais os benefícios que essa prática pode trazer?
Avelleda – As cidades foram se formando e elas eram “distantes” umas das outras, você imagina que uma viagem entre o centro de São Bernardo do Campo e de São Paulo, nos anos 30, era uma viagem mesmo, era estrada de terra, muito difícil de ser feita e, de repente, as cidades se misturaram e as pessoas vivem como se fosse uma coisa, uma cidade só. Você já não sabe bem onde é São Paulo, onde é São Bernardo, onde é Osasco, ou Guarulhos. As pessoas trabalham num bairro de Guarulhos, estudam num bairro de Mogi das Cruzes e vão morar em outro bairro de Suzano, por exemplo, pegando lá a região leste da área metropolitana, mas isso se repete em todo o território nacional. Então alguns serviços continuam com uma gestão municipal e isto provoca uma distorção gravíssima, porque você tem muitas decisões diferentes sendo tomadas que complicam a vida das pessoas.
Você pode nos dar um exemplo de uma situação assim?
Avelleda – Vou dar um pequeno exemplo: os meios de pagamento. Para acessar o transporte público, cada cidade tem a competência para definir a sua tarifa, o seu meio de pagamento, então essas pessoas que vivem na região metropolitana, como se fosse uma única cidade, terão que ter vários “cartões de pagamento”, e pior vão pagar tarifas “cheias”, sem nenhum é benefício de integração, porque não é um sistema integrado, porque cada um cuida do seu pedaço, e isso encarece o serviço, retira a atratividade e gera ineficiência.
Por Henrique Estrada, edição Marcelo Valladão.
A entrevista na íntegra, você acompanha na Edição 41 da Revista Sou + Ônibus.
Publicado por: Carlos Henrique Rodrigues dos Santos
6 de novembro de 2023
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