Mais uma vez, conflitos internacionais podem trazer volatilidade ao preço do óleo diesel, que é um dos principais itens do custo da operação do transporte coletivo de passageiros, respondendo por cerca de 20% na composição final da planilha de insumos.A possível alta no preço do combustível foi anunciada pelo presidente da Petrobrás, nesta segunda semana de outubro, diante dos conflitos no Oriente Médio.

A decisão ainda depende de uma elevação nos derivados de petróleo em decorrência do cenário internacional.Apesar de o diesel S-10 e o comum terem registrado uma queda no acumulado do ano, de mais ou menos 4%, houve aumentos expressivos do preço médio no último mês de setembro.Essa possibilidade de novo acréscimo pode ocorrer pouco tempo depois da revogação da medida provisória que aumentava os impostos federais sobre o óleo diesel, com o objetivo de financiar o programa de descontos para carros populares novos, lançado pelo governo federal no primeiro semestre deste ano.

A expectativa, então, era de que, sem os tributos, o preço do óleo diesel tivesse uma estabilidade até o final deste ano, pelo menos.O custo do óleo diesel é um dos maiores desafios enfrentados pelos empresários do setor de transporte, segundo a Pesquisa CNT (Confederação Nacional do Transporte) Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário Urbano de Passageiros, apresentada em agosto passado no Seminário Nacional NTU.

O levantamento mostrou que 74% das empresas apontam o preço do diesel como a principal dificuldade enfrentada na prestação dos serviços de transporte e que quase 57% das empresas consideram difícil reajustar o valor das tarifas em decorrência de aumentos.É sempre importante lembrar que o óleo diesel ainda é o combustível usado no transporte de passageiros e de cargas no Brasil. As oscilações de preços do diesel não atingem, somente, os custos da prestação dos serviços das empresas operadoras de ônibus, mas, também, os preços de alimentos e mercadorias e, assim, a inflação. Desta forma, alterações nos valores do litro do óleo diesel afetam, significativamente, setores essenciais e importantes para a economia, a mobilidade e a vida dos brasileiros.